D. José João Zoio e Banda do Samouco - Recordações a 4 dias do seu desaparecimento

Campo Pequeno - Madrugada de 28 de Agosto de 2009, 1 Hora e 30 Minutos:

Nas imediações da praça lisboeta, músicos e maestro preparam o regresso a casa após terem abrilhantado musicalmente a corrida do Sporting Clube de Portugal.

José João Zoio dirige-se à Banda do Samouco e procura o maestro. Já à conversa com Sérgio Oliveira, alguns músicos e directores escutam o depoimento emocionado do cavaleiro. Visivelmente bem disposto e inspirado, Zoio afirma que na década de 80 na Praça da Nazaré, existiu um marco na sua carreira que recorda com muita saudade: durante a lide e na preparação de uma das suas sortes, quando se dirigia ao toiro para cravar mais um ferro, o Maestro Francisco Domingo Taneco começou a executar o solo em trompete do pasodoble “La Virgen de Macarena”. Perturbado e deliciado, Zoio mudou de rumo, poisou o ferro ao colo e em plena praça virou-se para a Banda do Samouco aplaudindo-a efusivamente. Emocionado, afirmou que nunca tal coisa se viria a repetir na sua carreira.
Na recta final da conversa e antes da despedida desejou boa sorte à Banda do Samouco: “Para mim, vocês serão sempre os melhores. Boa sorte para vocês!” afirmou, seguindo o seu caminho. Um sentimento de privilégio apodera-se de todos quantos tiveram a sorte de escutar as palavras ditas por aquele senhor.

José João Zoio faleceu esta segunda-feira, vítima de paragem cardíaca. Completaria 59 anos de idade a 1 de Outubro.

Na Banda do Samouco um sorriso em modo de homenagem: para a grande figura do toureio equestre nacional, mas acima de tudo para o grande senhor o nosso respeitoso aplauso.

D. José João Zoio na última quinta-feira no Campo Pequeno
Agradecimento especial: Emílio de Jesus / Patrícia Sardinha