BandadoSamouco.BlogSpot.com: Outrora existia mais motivação para um jovem entrar na banda? O que o levou a aprender música?
ARMANDO RODELO: Há 60 anos não existiam muitos divertimentos para os jovens. A Banda era uma forma de viajar e conhecer novos sítios. A actividade musical também nos estimulava e cativava assim como muitos dos jovens da aldeia. Por exemplo, os aprendizes tinham direito a sessões de cinema gratuitas caso comparecessem aos ensaios.
BdS: Quais as principais diferenças de antigamente para os dias de hoje?
AR: Antigamente existia mais disciplina, rigor e responsabilidade devido ao tipo de serviços. Por exemplo, os concertos em festas eram com duas bandas a “despique”. Os aprendizes que faltassem sistematicamente aos ensaios sem justificação eram expulsos da banda. A banda era composta por cerca de 35 bons executantes e os ensaios realizavam-se 2 vezes por semana. Os músicos não recebiam recompensas monetárias mas eram compensados no intervalo dos ensaios, onde no bar, lhes era servido uma “ginjinha” ou um copo de vinho.
BdS: Sempre tocou Contra-Baixo ou estudou outros instrumentos?
AR: O meu primeiro instrumento foi Trompete. Depois, por necessidade da banda, mudei para Trombone. Ao fim de uns anos, novamente por falta de executantes em Trompa mudei para este instrumento. Por fim mudei para Contra-Baixo, novamente por não haver músicos a toca-lo e aí me mantive até hoje.
BdS: Que sítios e localidades conheceu com a banda que, caso contrário, não teria oportunidade?
AR: Alvarenga e Almeida, ambas no norte do País e Ayamonte, em Espanha.
BdS: Actualmente a banda faz muitas corridas de toiros. E antigamente quais eram os tipos de serviços? Quais prefere fazer?
AR: Antigamente faziam-se muitos concertos e procissões em festas populares. Hoje em dia prefiro fazer concertos porque é isso que mostra o que vale uma banda.
BdS: Diga-nos uma ou duas peças que o tenham marcado.
AR: “Aida” de Verdi e “France”.
BdS: Dedica muito tempo à colectividade e consequentemente está ausente de casa. Como reage a sua esposa, Dona Maria?
AR: Apoia inteiramente o meu gosto pela música.
BdS: O seu neto também toca Trompete numa banda. Herdou pelo avô o gosto pela música?
AR: Com certeza! Sempre o incentivei e orgulho-me muito dele pois é muito esforçado.
BdS: E a sua continuação na banda? Até quando…?
AR: O futuro o dirá!
5 comentários:
aqui há gato...
Ferreira Teixeira
Armando os meus sinceros parabéns e agradecimentos, porque são pessoas como tu com o tua perseverança, empenho, paixão pela musica e pela S.F.P.L.Samouquense tornaram possível a banda filarmónica atingir parâmetros de excelência e qualidade sendo um belo um exemplo para as gerações mais novas ( a começar pela família ).
Penso que a S.F. P. L. Samouquense e os Samouquenses em particular te devem agradecer pelo teu contributo para desenvolvimento e divulgação da cultura musical da mesma e da Vila do Samouco. Pela minha parte desejos de tudo de bom para ti e que cá continues por muitos e belos anos.
Ferreira Teixeira
E Armando tiveste em grande com o teu descurso mas sabes que com o teu "miau" tax melhor força continua.
Esta rúbrica deixou-me curioso... Considero boa ideia e hoje quando decidi ver o vosso blog esperava encontrar mais entrevistas. O vosso Mestre deve ter curiosidades para contar e alguns elementos Directivos tk. Há alguns anos faziam Teatro/revisteiro que eu cheguei a ver. Daria tkuma boa entrevista feita a algum elemento. Um, abraço
Caríssimo João Mascarenhas:
Tenho boas notícias para si: nas próximas semanas irão para o ar pelo menos 3 entrevistas (que já estão delineadas), duas delas relacionadas com o que sugere: Maestro da Banda e Teatro de Revista. Mais: o htp://bandadosamouco.blogspot.com irá lançar online excertos de revista do final dos anos 80 realizadas nesta casa. Fique atento pois dentro em breve teremos novidades.
Saudações filarmónicas,
Pedro Rodelo
webmaster http://bandadosamouco.blogspot.com
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