Crónica Tauromáquica por Patrícia Sardinha e fotos de Pedro Batalha, respectivamente Sub-Directora e Chefe de Fotografia do serviço "Naturales - Correio da Tauromaquia Ibérica":
Contrariando a tendência para resultados negativos no relvado, o Sporting Clube de Portugal teve na corrida de toiros comemorativa do seu 103º Aniversário um resultado com alguns pontos positivos, pena que para os sportinguistas estes pontos não contem para a Liga. Desporto à parte, o 13º espectáculo de abono da Temporada 2009 no Campo Pequeno voltou a surpreender pela casa cheia, pelo ambiente de Festa e pelo sabor a Triunfo (discutível ou não) com que se encerrou a corrida.
O crítico tauromáquico Maurício do Vale foi um dos homens da noite, pois para além de ser o principal impulsionador da Corrida do SCP, foi autor da letra e música do fado que na quinta-feira, antes das cortesias, teve estreia absoluta pela voz de António Pinto Basto e que se intitula “Campo Pequeno”.
Mas esta corrida tinha outros motivos de interesse como o regresso da ganadaria Infante da Câmara após 17 anos de ausência à praça lisboeta, ou a presença de dois dos melhores grupos de Forcados Amadores de sempre, os de Santarém e os de Montemor, e tenho em mim que muito do público presente tinha mais intenções em ver a “competição” entre os dois grupos de forcados do que propriamente em marcar presença pelo clube de futebol, pois as bancadas tinham apenas “salpicos” de verde ao contrário de edições anteriores.
Mas se os toiros de Infante da Câmara estiveram tanto tempo afastados do Campo Pequeno não pensem que reapareceram agora cheios de facilidades, nem tão pouco me pareceu que estivessem estes 17 anos a preparar-se ‘fisicamente’ para a primeira praça do país, pois sobressaiu um ou outro pela escassez de carnes e apresentação. Já de prestação também foram irregulares, mais complicados uns que outros, tendo sido bom o quinto e muito bom o lidado em sexto lugar. Mas a verdade é que toiros nhoc-nhoc (como diz o outro) todos toureiam, toiros destes é que só toureia quem pode.
E pôde Joaquim Bastinhas que ao longo destes 26 anos de alternativa gaba-se de manter o seu estilo tão pessoal, alegre e comunicativo com o público. Teve duas actuações muito semelhantes, primeiro frente a um toiro com 471 kg, no limite das forças e que cedo ‘rachou’, deixando-se contudo lidar com Bastinhas a pôr ritmo, por vezes em excesso, numa actuação que chegou facilmente às bancadas e que culminou com o habitual par de bandarilhas. Frente ao segundo toiro do seu lote, com 512 kg, com mais tipo e ligeiramente mais colaborador não diferenciou muito o género de actuação, no entanto deixou cair um ferro de palmo o que não passou imune ao olhar do público, mas Bastinhas sabe como dar a volta, crava mais um par e o delírio nas bancadas foi notório.
Mas se Joaquim Bastinhas tem uma carreira já consolidada com um público garantido, era em Vítor Ribeiro e Manuel Lupi que caíam as expectativas pois estes dois jovens cavaleiros, depois de actuações anteriores menos conseguidas naquela praça e de alguma irregularidade na presente temporada, necessitam destas oportunidades para se reafirmarem.
Teve boas intenções Vítor Ribeiro frente ao lote que lhe tocou. Primeiro uma rês mais complicada com 490 kg, que não transmitia, de pouca ou quase nenhuma investida, mas a quem o cavaleiro conseguiu impingir uma actuação em sortes frontais, sem enganos, ainda que nem sempre o momento da reunião resultasse perfeito. Melhores condições teve com o seu segundo, um toiro com 540 kg, com mais cara e mais presença, depois de alguma irregularidade na ferragem inicial, nos curtos voltou a evidenciar um toureio frontal, aguentando por vezes a arrancada da rês e cravando no sítio. Já em tábuas e com o toiro dominado, tenta com um quiebro deixar mais um ferro, no entanto faltou toiro, e depois quando repete a sorte acaba por sofrer um toque na montada. Ainda assim saiu sob forte ovação o cavaleiro da praça de toiros do Campo Pequeno.
Manuel Lupi teve duas actuações distintas. Se com o primeiro do seu lote, um toiro com 470 kg, de pouca apresentação e reservado, sentiu dificuldades para o fazer investir, deixando a ferragem irregular. Já no que fechou a noite, um toiro com 501 kg e que esperou à porta gaiola, Lupi mostrou muita garra e teve uma actuação de menos a mais, cravando quase sempre em batidas ao pitón contrário e fazendo arrancar a música logo ao primeiro curto com a Banda do Samouco a tocar o pasodoble “Manuel Lupi”.Mas os verdadeiros homens/heróis da noite não surgiram montados a cavalo mas sim a pé. Os dois grupos de forcados amadores em praça, Santarém e Montemor demonstraram uma vez mais como se pegam toiros e porque são considerados dos melhores grupos do Mundo.
Pelo grupo de Santarém pegaram Joaquim Pedro Torres à primeira a aguentar bem; João Vaz Freire depois de uma primeira tentativa em que saiu lesionado, mostrou o seu valor e pegou ao segundo intento numa pega com muita raça; e António Grave de Jesus que com o piton no meio das pernas se emendou e consumou à primeira tentativa:
Pelo grupo de Montemor pegaram João Caldeira muito bem à primeira a aguentar fechadíssimo; João Tavares à primeira sem dificuldades; e o cabo do grupo José Maria Cortes que aguentou cá atrás a arrancada do toiro e depois fechou-se consumando ao primeiro intento:
Dirigiu sem problemas Agostinho Borges assessorado pelo veterinário João Infante numa corrida que em termos clubísticos foi “verde”, atrevendo-me a dizer que ainda há esperança, não para que o Sporting vença a Liga porque nisso aí toca-me outra cor, mas esperança de que o toureio a cavalo possa ser assegurado pela frontalidade e pela verdade, e que Vítor Ribeiro e Manuel Lupi possam de vez acertar o passo pautados pela regularidade e pelo triunfo.
Mas esta corrida tinha outros motivos de interesse como o regresso da ganadaria Infante da Câmara após 17 anos de ausência à praça lisboeta, ou a presença de dois dos melhores grupos de Forcados Amadores de sempre, os de Santarém e os de Montemor, e tenho em mim que muito do público presente tinha mais intenções em ver a “competição” entre os dois grupos de forcados do que propriamente em marcar presença pelo clube de futebol, pois as bancadas tinham apenas “salpicos” de verde ao contrário de edições anteriores.
Mas se os toiros de Infante da Câmara estiveram tanto tempo afastados do Campo Pequeno não pensem que reapareceram agora cheios de facilidades, nem tão pouco me pareceu que estivessem estes 17 anos a preparar-se ‘fisicamente’ para a primeira praça do país, pois sobressaiu um ou outro pela escassez de carnes e apresentação. Já de prestação também foram irregulares, mais complicados uns que outros, tendo sido bom o quinto e muito bom o lidado em sexto lugar. Mas a verdade é que toiros nhoc-nhoc (como diz o outro) todos toureiam, toiros destes é que só toureia quem pode.
E pôde Joaquim Bastinhas que ao longo destes 26 anos de alternativa gaba-se de manter o seu estilo tão pessoal, alegre e comunicativo com o público. Teve duas actuações muito semelhantes, primeiro frente a um toiro com 471 kg, no limite das forças e que cedo ‘rachou’, deixando-se contudo lidar com Bastinhas a pôr ritmo, por vezes em excesso, numa actuação que chegou facilmente às bancadas e que culminou com o habitual par de bandarilhas. Frente ao segundo toiro do seu lote, com 512 kg, com mais tipo e ligeiramente mais colaborador não diferenciou muito o género de actuação, no entanto deixou cair um ferro de palmo o que não passou imune ao olhar do público, mas Bastinhas sabe como dar a volta, crava mais um par e o delírio nas bancadas foi notório.
Mas se Joaquim Bastinhas tem uma carreira já consolidada com um público garantido, era em Vítor Ribeiro e Manuel Lupi que caíam as expectativas pois estes dois jovens cavaleiros, depois de actuações anteriores menos conseguidas naquela praça e de alguma irregularidade na presente temporada, necessitam destas oportunidades para se reafirmarem.
Teve boas intenções Vítor Ribeiro frente ao lote que lhe tocou. Primeiro uma rês mais complicada com 490 kg, que não transmitia, de pouca ou quase nenhuma investida, mas a quem o cavaleiro conseguiu impingir uma actuação em sortes frontais, sem enganos, ainda que nem sempre o momento da reunião resultasse perfeito. Melhores condições teve com o seu segundo, um toiro com 540 kg, com mais cara e mais presença, depois de alguma irregularidade na ferragem inicial, nos curtos voltou a evidenciar um toureio frontal, aguentando por vezes a arrancada da rês e cravando no sítio. Já em tábuas e com o toiro dominado, tenta com um quiebro deixar mais um ferro, no entanto faltou toiro, e depois quando repete a sorte acaba por sofrer um toque na montada. Ainda assim saiu sob forte ovação o cavaleiro da praça de toiros do Campo Pequeno.
Manuel Lupi teve duas actuações distintas. Se com o primeiro do seu lote, um toiro com 470 kg, de pouca apresentação e reservado, sentiu dificuldades para o fazer investir, deixando a ferragem irregular. Já no que fechou a noite, um toiro com 501 kg e que esperou à porta gaiola, Lupi mostrou muita garra e teve uma actuação de menos a mais, cravando quase sempre em batidas ao pitón contrário e fazendo arrancar a música logo ao primeiro curto com a Banda do Samouco a tocar o pasodoble “Manuel Lupi”.Mas os verdadeiros homens/heróis da noite não surgiram montados a cavalo mas sim a pé. Os dois grupos de forcados amadores em praça, Santarém e Montemor demonstraram uma vez mais como se pegam toiros e porque são considerados dos melhores grupos do Mundo.
Pelo grupo de Santarém pegaram Joaquim Pedro Torres à primeira a aguentar bem; João Vaz Freire depois de uma primeira tentativa em que saiu lesionado, mostrou o seu valor e pegou ao segundo intento numa pega com muita raça; e António Grave de Jesus que com o piton no meio das pernas se emendou e consumou à primeira tentativa:
Pelo grupo de Montemor pegaram João Caldeira muito bem à primeira a aguentar fechadíssimo; João Tavares à primeira sem dificuldades; e o cabo do grupo José Maria Cortes que aguentou cá atrás a arrancada do toiro e depois fechou-se consumando ao primeiro intento:
Dirigiu sem problemas Agostinho Borges assessorado pelo veterinário João Infante numa corrida que em termos clubísticos foi “verde”, atrevendo-me a dizer que ainda há esperança, não para que o Sporting vença a Liga porque nisso aí toca-me outra cor, mas esperança de que o toureio a cavalo possa ser assegurado pela frontalidade e pela verdade, e que Vítor Ribeiro e Manuel Lupi possam de vez acertar o passo pautados pela regularidade e pelo triunfo.
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