sexta-feira, 22 de agosto de 2008

[FotoVídeoReport] Campo Pequeno - Na diferença é que está o ganho: Quando os toiros são mesmo toiros

O serviço informativo http://bandadosamouco.blogspot.com apresenta em seguida o relato em profundidade com alguns dos melhores momentos da Grande Corrida "Nova Gente" realizada esta quinta-feira na monumental lisboeta, com o olhar sempre atento da cronista Patrícia Sardinha, Directora Adjunta do Serviço Informativo Naturales - Correio da Tauromaquia Ibérica e com fotos pela objectiva de João Silva (www.joaopsilva.com), Chefe de Fotografia do Serviço Informativo Naturales - Correio da Tauromaquia Ibérica:

Na passada quinta-feira, dia 21 de Agosto, a praça de toiros do Campo Pequeno, voltou a apostar - e bem - num cartel diferente de cavaleiros, na sua maioria, com pouca rodagem, toiros pertencentes a uma ganadaria de pouca saída em grandes praças, e três grupos de forcados.

Paulo Jorge Santos, cavaleiro a quem não são dadas as merecidas oportunidades em Portugal e que basicamente tem construído carreira em Espanha, foi o primeiro a lidar por vir ali confirmar a sua alternativa. O toiro de 566 kg foi colaborante apesar de investida curta e permitiu ao cavaleiro ter uma actuação em crescendo. Cedo demonstrou bons modos e deixou bem três ferros compridos. Efectuou duas passagens em falso com a rês a adiantar-se à montada, e quando finalmente crava o primeiro curto efectua-o já a cilhas passadas. A partir daqui a lide foi subindo ligeiramente de tom, com a cravagem de um segundo ferro em terrenos de dentro, pondo em evidência nos remates um estilo de toureio muito praticável no país vizinho, com ladeios e recortes, e levando o toiro a perseguir a montada junto às tábuas. Volta a usar das sortes a sesgo para em terrenos do toiro, cravar mais três ferros cumpridores, e um último a pedido do público.

Paulo Jorge Santos

Manuel Jorge de Oliveira, veterano do toureio a cavalo, teve pela frente um enorme e poderoso toiro com 670 kg que saiu com muita pata e que apesar do peso das carnes demonstrou mobilidade para arrancadas bruscas. Cumpriu com a ferragem inicial o cavaleiro ao deixar três ferros. Nos curtos deixou bem um primeiro ferro, depois efectuou uma passagem em falso para deixar o segundo e quando o concretiza sofre um forte toque na montada. Crava mais três ferros regulares, tendo sofrido outro toque, desta feita, ligeiro, fruto de uma rês brusca.

Manuel Jorge Oliveira

A José Manuel Duarte calhou em sorte um toiro que acusou na balança 574 kg, e a quem o cavaleiro deu boa brega inicial, até o fixar e deixar-lhe depois, dois bons ferros compridos. Pareceu fácil o primeiro curto, apesar do toiro não se fixar e a revelar-se andarilho. O segundo ferro foi de boa nota, tendo o cavaleiro efectuado bem a preparação da sorte. Já ao tentar deixar o terceiro ferro, o toiro adiantou-se muito e acabou por efectuar uma passagem em falso e quando acaba por cravar o ferro, este bate noutro e cai. Voltou a deixar bem um quarto ferro, frente a uma rês que foi a menos, mas ainda assim o público pediu-lhe mais dois ferros que não resultaram tão consistentes, pois o toiro já dominado põe-se em tábuas.

José Manuel Duarte

Pedro Salvador, que vinha ao Campo Pequeno em substituição de Duarte Pinto, teve pela frente o melhor toiro da noite e que pesou 658 kg. Começou por citar de largo para o primeiro comprido numa ligeira batida ao pitón contrário, mas que resultou descaído. Bisou na sorte para cravar outros dois compridos que resultaram bastante melhores. Arrancando-se o toiro ao cite do cavaleiro, que quase sempre de tábuas o instigava a partir, cravou-lhe três bons curtos. Volta a efectuar uma batida ao pitón contrário, para cravar o quarto curto que só é consumado depois de uma passagem em falso. Público completamente rendido, exige-lhe mais um ferro, ao qual o cavaleiro corresponde com mais uma batida cambiada, depois de duas passagens em falso, tendo assim o último ferro perdido algum brilho. No final, e justamente, Pedro Salvador chamou o ganadeiro, Eng. Luís Rocha, para receber os aplausos da arena.

Pedro Salvador

Francisco Palha temeu o pior, ao ver o seu toiro lesionar-se na mão esquerda já depois da ferragem comprida. Mas no final da corrida, e apesar do regulamento assim não o exigir, decidiu a empresa que Francisco pudesse presentear os aficionados presentes com o seu bom toureio na lide ao sobrero. E ainda bem que existem as excepções às regras, porque Francisco teve uma actuação digna do que deve ser o verdadeiro toureio a cavalo. O toiro pesou 542 kg e tinha som e foi bastante colaborador. O cavaleiro começou por lhe deixar dois belíssimos ferros compridos, e apesar de ter sofrido um ligeiro toque na montada, não enfraqueceu o seu valor, sabendo colocar o toiro no sitio devido, pondo mando no cite, partindo de frente e assim cravando cinco ferros curtos de boa nota, com destaque para o quarto. Saiu com o público a exigir-lhe mais um ferro, mas que o cavaleiro teve o bom senso de não concretizar, sabendo que toda a lide tem um tempo devido, e o que é demais às vezes…enjoa.
Francisco Palha

Tiago Carreiras não teve esta noite a mesma sorte que noutras actuações. O seu toiro pesou 576 kg e o jovem cavaleiro praticante não se entendeu com ele, nem mesmo usando o Quirino, seu cavalo estrela. Depois de deixar bem um primeiro ferro comprido, sofreu um toque, coisa que viria a acontecer demasiadas vezes esta noite na sua actuação. O segundo comprido resultou regular com a rês a perseguir bem a montada. Mudam-se os ferros, muda de cavalo, e trás com ele o famoso Quirino, que esta noite não serviu como chave essencial para o toureio habitual de Carreiras. Entre toques e algumas passagens em falso, lá foi o cavaleiro tentando construir uma lide com os seus ladeios e remates na cara do toiro, mas sem grande sucesso apesar do público corresponder com muitos aplausos à entrega e arrimo do cavaleiro.


Tiago Carreiras

Valorosas foram as pegas desta noite. Pelo Real Grupo de Forcados Amadores de Moura foram à cara do toiro Valter Rico à primeira e sem dificuldades; e Claúdio Pereira à segunda, tendo sido essencial o primeiro ajuda, e já a dobrar um colega que recolheu à enfermaria.

Real Grupo de Forcados Amadores de Moura


Já pelos Amadores de Cascais pegaram de cernelha Francisco Troles e Joaquim Faísco, depois de várias tentativas falhadas por parte de outros colegas, tendo também um recolhido à enfermaria; e Joel Zambujeira à segunda e fechando-se bem.

Amadores de Cascais


Pelos Amadores de Alter do Chão, foi cara Nuno Baço a aguentar-se sozinho à primeira, depois de muita dificuldade por parte dos bandarilheiros de José Manuel Duarte a não se entenderem de capote com o toiro; e Pedro Saldanha a consumar à terceira, onde foi preciosa em todas as tentativas a ajuda de Abel Almeida, que saiu bastante combalido, mas foi sem dúvida o homem da noite, demonstrando que um forcado tem de ter valor, mas também companheirismo. Tendo a dupla sido bastante aplaudida.

Amadores de Alter do Chão


Os toiros do Eng. Luís Rocha, foram do Alentejo a Lisboa provar que têm nobreza para até agora se puderem considerar dos melhores já vistos esta temporada na primeira praça do país. Foram colaborantes no geral, destacando-se o lidado em quarto lugar e todos de excelente apresentação.
Dirigiu a corrida Júlio Gomes assessorado pelo Dr. José Guerra, numa noite em que se preencheu pouco mais de meia casa, mas que ainda assim o público presente valeu por mil, como se costuma dizer, tendo sido bastante participativo em toda a corrida.

Com uma presença bastante forte em praça, a Banda do Samouco abrilhantou musicalmente este serão tauromáquico.

Banda do Samouco esta quinta-feira no Campo Pequeno

O serviço http://bandadosamouco.blogspot.com mostra agora 2 excertos de pasodobles interpretados pela Banda do Samouco, interpretados esta noite na catedral lisboeta:


Impressões e considerações por Daniel Cabral acerca da presença da Banda de Música da Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense nesta corrida na catedral lisboeta aqui.

1 comentários:

Eduardo disse...

Muitos parabens pessoal, este som esta um espetaculo.
Bjos e Abraços...

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