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Crónica Tauromáquica por Patrícia Sardinha, Subdirectora do Serviço serviço Naturales - Correio da Tauromaquia Ibérica;
Fotografia por João Silva (http://www.joaopsilva.com/), Chefe de fotografia do serviço Naturales - Correio da Tauromaquia Ibérica:
Fechou-se mais um ciclo na bonita e sempre cuidada praça de toiros do Campo Pequeno com a última corrida de abono desta temporada a decorrer em ambiente de festa, encetada com o desfile de Gala à Antiga Portuguesa que antecedeu as cortesias habituais das corridas de toiros. Para além disso, houve direito a transmissão televisiva, e tudo junto valeu um começo tardio, pois seriam perto das 23h quando a primeira lide teve início.
Foi António Ribeiro Telles quem abriu as hostes taurinas, frente a um toiro de Conde Cabral bastante cumpridor, que pesou 502 kg e que foi recebido com o primeiro ferro comprido à porta gaiola. Voltou a acatar sucesso com mais dois ferros compridos no sítio e sempre de praça a praça. Na ferragem curta desbobinou uma lide ao seu estilo frontal, clássico e quase sempre perfeito em que não há enganos e artífices, cravando com irrepreensível acerto seis ferros curtos, em que o cavalo Santarém deu nas vistas.
António Ribeiro Telles
Rui Salvador tem muitas vezes o azar de lhe tocarem toiros menos colaborantes, mas a sorte de ser dos poucos cavaleiros que não lhes dá nega e consegue dar a volta por cima. Para ele não há toiros impossíveis, mas sim difíceis e isso ficou patente uma vez mais, frente a um toiro de Rio Frio com 558 kg, bastante reservado, muito distraído que inicialmente ignorou por completo o cavaleiro. Conseguiu a custo deixar dois ferros compridos, nos curtos salvou a lide estando muito por cima do oponente e cravando quatro curtos de boa nota apesar das condições da rês.
Rui Salvador
Luís Rouxinol teve uma lide que foi subindo de tom, com um toiro de Ortigão Costa, com 510 kg, que permitiu ao cavaleiro de Pegões brilhar, principalmente nos curtos e utilizando o cavalo estrela Mustang em que cravou três ferros curtos, rematados com arrimo na cara da rês, cravando ainda bem um ferro de palmo e fechando-se com o tradicional par de bandarilhas de boa execução e que empolgou as bancadas.
Luís Rouxinol
A António Brito Paes tocou em sorte um toiro de Passanha, com 520 kg que lhe prostrou algumas dificuldades. Depois de dois compridos regulares, sendo o primeiro deixado à porta gaiola, efectuou algumas passagens em falso e inclusive um forte toque para cravar os curtos. O jovem cavaleiro não entendeu a rês e sentiu algumas dificuldades frente a um manso de curta investida.
António Maria Brito Paes
O toiro do Eng. Luís Rocha, com 515 kg, coube em sorte a Marcos Tenório ‘Bastinhas’ e foi sem dúvida o mais colaborante e o que proporcionou a lide mais completa. Marcos, que aos poucos e não querendo tecer comparações, vai ganhando no seu estilo a alegria do pai na conexão com as bancadas, apesar de se cingir a um toureio próprio, tem bastante sentido de lide. Cravou correctamente três ferros compridos, e nos curtos pôs sempre voz e mando no cite, bregando correctamente, dando-se a ver à rês que partiu sempre para a reunião com alegria e trapio, e perseguindo a montada após cada ferro. O público vibrou bastante com esta actuação do jovem cavaleiro que soube aproveitar as boas qualidades do toiro.
Marcos Bastinhas
Francisco Palha lidou o último toiro da noite, um Pégoras com 598 kg que também não foi pêra doce, manso, e que dificilmente rompia ao cite do cavaleiro, tendo alguma dificuldade em cravar os ferros, mas que aos poucos foi consentindo ao cavaleiro deixar ferros de boa nota. Esperou a rês à porta dos sustos e nos curtos foi-se arrimando aos poucos e cravou cinco ferros, destacando-se o último.
Francisco Palha
Pelo grupo de Forcados de Lisboa, foram à cara, António José Casaca muito bem à primeira, Francisco Mira à segunda tentativa a aguentar bem com ajuda, e João Vasco Lucas a dobrar Manuel Guerreiro, na sua segunda tentativa com as ajudas carregadas.
Amadores de Lisboa
Pelo Grupo de Vila Franca de Xira pegaram Ricardo Patusco com ajudas frente a um toiro violento, Bruno Casquinha que aguentou forte e consumou à segunda tentativa, e Márcio Francisco à terceira numa pega enorme, depois de sofrer fortes derrotes e que acabou por ser a pega da noite.
Amadores de Vila Franca
O serviço http://bandadosamouco.blogspot.com avança agora com os vídeos das pegas dos dois grupos de forcados presentes esta noite na catedral lisboeta, os quais tiveram uma noite de intenso labor pela frente:
- Amadores de Lisboa:
Dos toiros, destaque positivo para o de Eng. Luís Rocha, Conde Cabral e Ortigão Costa, menos ou nada positivos foram os de Passanha, Rio Frio e Pégoras.
Dirigiu correctamente a corrida Agostinho Borges, assessorado pelo Dr. José Manuel Lourenço. Numa noite em que não tendo sido vibrante em resultados artísticos, funcionou bem como espectáculo de encerramento.
Apresentamos agora 2 excertos da actuação da Banda do Samouco neste espectáculo:
- "Paquito Chocolatero" de Gustavo Pascual Falcó, interpretado na volta de agradecimentos de António Ribeiro Telles:
- "Maria Leopoldina Guia" de António Maria Catalão Labreca, interpretado durante a lide de Rui Salvador:
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