[Crónica] Luís Rouxinol vs Vitor Ribeiro

Crónica por Pedro Rodelo:

Durante a tarde deste Sábado, os aficionados que se deslocaram até à Praça Daniel do Nascimento, na Moita do Ribatejo presenciaram um bonito duelo entre dois dos melhores cavaleiros da actualidade: Luís Rouxinol e Vítor Ribeiro, este último a actuar na Monumental da sua terra natal. Os forcados amadores de Montemor, capitaneados por Rodrigo Corrêa de Sá e os Forcados do Aposento da Moita, capitaneados por Tiago Ribeiro asseguaram as pegas ao curro de 6 imponentes Pégoras, num espectáculo abrilhantado pela Banda de Música da Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense.

O Pasodoble "La Entrada" deu o mote nas cortesias, numa tarde primaveril agradável e com razoáveis condições para a prática do toureio. Veja-se de seguida como correu cada um dos três toiros aos 2 cavaleiros:

Luís Rouxinol:
1º Toiro: Nos ferros compridos, Rouxinol sentiu algumas dificuldades em impor o seu jogo. Já ao som de "Torero Cale" (solo de Rúben Supelos na 1ª voz e José Fontes na 2ª voz), este cavaleiro esteve bem, conseguindo curtos de bom efeito. Amadores de Montemor, num gesto simples e bonito, dedicaram aos seus colegas do Aposento da Moita a primeira da tarde, consumada ao primeiro intento. Ouviu-se o pasodoble "Ecos de Aragon" na volta final;

3º Toiro: Para o seu segundo da tarde, Luís Rouxinol fez uma magnífica lide: estando a gosto, ao som de "Gracia Española" (solo de José Fontes), cravou com ligeiras cambiadas onde levantou as bancadas da Daniel do Nascimento. João Tavares dos Forcados de Montemor consumou a pega ao primeiro intento, com um colega a sair de maca da arena. Nos agradecimentos, a Banda do Samouco interpretou o imponente "Paquito Chocolatero";

5º Toiro: Ao som de España Cañi (com solo de Pedro Carvalho), Luís Rouxinol concretizou ferros de excelente efeito, num dos Pégoras que mais jogo cerrado deu na arena. Pedro Santos dos Forcados de Montemor, consumou à primeira, recebendo ambos de seguida aplausos bem audíveis ao som de "Mi Huelva".

Vítor Ribeiro:
2º Toiro: A jogar "em casa", recebeu o seu oponente na arena com ferro comprido de belo efeito. Momento musical especial aconteceu pouco depois, quando a Banda do Samouco interpretou o pasodoble "Vítor Ribeiro". Composto por David Costa para o cavaleiro em praça, foram intérpretes do solo na 1ª voz Rúben Supelos e na 2ª Voz José Fontes, duma lide em que o cavaleiro conseguiu impor o seu jogo e entusiasmou o público. Aposento da Moita com sérias dificuldades em consumar a pega, concretizando-a ao sexto intento. "Jesulin de Ubrique" fechou o 2º da tarde;

4º Toiro: Encaixando ferros de belíssimo efeito, o cavaleiro esteve bem nos compridos. Já ao som de "Nerva", com solo de Paulo Pancadas, conseguiu dominar o jogo com o seu oponente nos curtos. Destaque para a bravura deste toiro que os forcados do Aposento da Moita pegaram à primeira.

6º e último Toiro: O último dos Pégoras jogou cerrado, opondo-se com bravura ao jogo do cavaleiro. Com ferros bem vincados e de muito bom efeito, Vítor Ribeiro (ao som de Olé Manuel dos Santos) tirou partido do seu oponente em toda a sua lide, arrancando palmas bem audíveis da assistência. João Camejo, dos Amadores da Moita, conseguiu uma pega de belo efeito, executada ao primeiro intento. "La Puerta Grande" foi o pasodoble com que a Banda da Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense encerrou esta agradável tarde de toiros.

Já para este Domingo estava agendada na mesma praça de Toiros uma novilhada em que actuariam os cavaleiros praticantes Tomás Pinto e João Soller Garcia, juntamente com os novilheiros Gonçalo Montoya, Manuel Dias Gomes, “Chamaco” e Joana Prates, lidando novilhos de São Pedro e José Luís Cochicho. Porém, o mesmo espectáculo não foi levado a efeito, derivado às condições climatéricas adversas que se fizeram sentir nesta vila ribatejana.