Manuel Lupi vai receber a alternativa das mãos de seu pai, José Samuel Lupi, cavaleiro de incontornável projecção mundial e um dos grandes responsáveis pelo momento esplendoroso que o toureio a cavalo vive na actualidade.
Na transição da década de sessenta para a década de setenta do século XX, José Samuel Lupi, juntamente com os rojoneadores espanhóis Angel e Rafael Peralta e Álvaro Domecq constituíram o quarteto dos “Ginetes da Apoteose”. Sob esta denominação actuaram em Espanha e França com tal êxito que as “corridas de rejoneo” rapidamente conquistaram centenas de milhares de adeptos, ao mesmo tempo que surgiam jovens praticantes da “Arte del Rejoneo”, de elevado nível (ver aqui a notícia do serviço Naturales - Correio da Tauromaquia Ibérica). Uns e outros foram a base para que, hoje em dia, o toureio a cavalo tenha conseguido o estatuto de imprescindibilidade em todas as grandes feiras taurinas. Logo em 1973, os quatro “Ginetes da Apoteose” superaram as cem corridas numa só temporada, número nunca antes atingido pelas “corridas de rejoneo”. O aparecimento dos “Ginetes da Apoteose” mudou radicalmente o posicionamento do toureio a cavalo em Espanha e em todo o mundo taurino, à excepção óbvia de Portugal, uma mudança tão radical quanto o passar do tolerado “número del caballito” para uma arte maior que esgota sistematicamente as grandes arenas mundiais.
Angel e Rafael Peralta quiseram afirmar o seu apreço e companheirismo para com José Samuel Lupi, estando presentes na cerimónia de doutoramento de Manuel Lupi, na qualidade de testemunhas de honra. Este gesto, para além do apreço que demonstra para com a família Lupi, é também o reconhecimento do estatuto de “Catedral do Toureio a Cavalo” de que o Campo Pequeno desfruta no mundo taurino e uma prova de deferência para com os aficionados de Lisboa.
Os toiros a lidar, da ganadaria de José Samuel Lupi terão pela frente, os cavaleiros João Moura, Rui Fernandes e Manuel Lupi. João Moura tem sido, ao longo de mais de 30 anos de actividade, o maior continuador da gesta iniciada por José Samuel Lupi. É uma referência mundial para a evolução do toureio a cavalo no último quartel do século XX e um triunfador absoluto em todas as latitudes. Por seu turno, Rui Fernandes um cavaleiro triunfador nas arenas mais importantes de Portugal, Espanha, França e América Latina, inicia a sua temporada de 2008 em Portugal nesta corrida, depois de uma triunfal campanha no México, que incluiu também o triunfo na arena da capital do país e de um não menos triunfal início de temporada em Espanha, com o corte de uma orelha em Castellón e a saída em ombros de Vistalegre (Madrid), no dia 6 de Abril. Quanto a Manuel Lupi, chega à alternativa depois de uma sólida campanha como cavaleiro-praticante recheada de êxitos, que fazem dele uma das mais legítimas esperanças da nova geração de cavaleiros tauromáquicos.
Pegam os valorosos grupos de forcados amadores Montemor e do Aposento da Moita, capitaneados respectivamente por José Maria Cortes e Tiago Ribeiro. A Banda de Música da Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense será a responsável pela componente musical deste grandioso espectáculo na monumental lisboeta.
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