Alguém com ligações muito fortes à Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense fez chegar via email ao nosso blog o seguinte testemunho:
"É com muito orgulho e algumas lágrimas escondidas que vos conto uma história!
Era uma vez uma menina que quis aprender música e por volta dos 8 anos de idade. Lá foi ela com um livro de solfejo debaixo de um braço para a velhinha Sociedade aprender música com o Sr. Manuel Lemos... a coisa foi evoluindo e poucos meses mais tarde já tinha um clarinete nas mãos tendo como professor o Sr. Joaquim, depois o Sr. Luís Lemos e mais tarde o Sr. José Vespeira (pessoa muito exigente e perfeccionista) - a todos eles, esta menina deve muito!
O tempo foi passando, novidades acontecendo, novas amizades, emoções despertando e o gosto pela música aumentando. A morte do saudoso maestro Sr. Domingos Taneco marcou-lhe muito, ao mesmo tempo que lhe deu mais força para continuar o seu percurso musical, sempre como amadora. Foi monitora de Educação Musical durante 6 anos consecutivos e conseguiu formar alguns músicos e colocá-los na "estante", tendo ficado com um sentimento muito muito especial pela Ana Santos, executante de Saxofone Soprano e sua aluna (a minha Ana)...
Um dia, através da música, conheceu uma pessoa que hoje é o seu marido e pai dos seus dois filhos, também ele músico. A vida alterou-se, mas continuou a tocar na Banda ao mesmo tempo que tocava na Banda de Samora Correia, terra para onde foi morar. Quando engravidou do seu primeiro filho continuou a tocar sempre até ao fim, até que um lindo bebé nasceu e a vida alterou-se por completo: nessa altura era ele que precisava mais da companhia da mãe, por isso a Banda ficou para depois, para quando houvesse mais tempo, mas com muita pena dela e muita tristeza isso já não aconteceu: seria impossível a sua deslocação aos ensaios com um bebé tão pequenino... por isso o Coração de Mãe falou mais alto e teve de tomar uma das decisões mais difíceis da sua vida: deixar a menina dos seus olhos - a "Banda do Samouco".
É com muito orgulho que hoje ouve a Banda, que vê os seus colegas a continuarem o seu trajecto. Esta menina - hoje mulher e mãe - nunca deixou de tocar porque não consegue: toca apenas na Banda de Samora onde consegue ir aos ensaios e aos serviços, porque é perto de casa e porque os seus filhos ficam ao cuidado de uma excelente avô, para que ela possa continuar a fazer uma das coisas que mais gosta na vida: tocar música. Esta menina, sente muito orgulho por ter aprendido música na Sociedade Filarmónica Progresso e Labor Samouquense, por ter sido executante na Banda do Samouco durante 22 anos (atenção que não são 22 dias nem 22 meses - são 22 anos). Esta menina quer que saibam que a Banda continuará no seu coração para SEMPRE.
Obrigado a todos.
Dora Machado Ramos"
Dora Machado Ramos"
Pode comentar ou mesmo enviar o seu próprio depoimento, bastando para isso seguir o exemplo da Sra. Dora Machado Ramos: envie-nos um email para o seguinte endereço de correio electrónico: bandadosamouco@gmail.com . Teremos todo o gosto em reproduzir o seu testemunho.
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